ROTA POLAR
O velejador Beto Pandiani deu início ao Projeto Rota Polar em São Paulo, com uma velejada histórica pelo Rio Pinheiros, que perdeu a qualidade com a urbanização na década de 1970 e vem sendo revitalizado. O objetivo do Projeto Rota Polar é discutir as mudanças climáticas e seus impactos socioambientais.
Após 7 expedições, com 80 mil quilômetros em travessias oceânicas percorridos, Pandiani segue para o Alasca em maio, em companhia do francês Igor Bely, que esteve presente em outras duas travessias: Oceano Pacífico e Atlântico. A saída será da cidade de Nome. O objetivo é contornar o Estreito de Bering, navegar pelo mar do Ártico, cruzar a lendária Passagem Noroeste e por fim alcançar a Groenlândia.
Fechada pelo gelo nos últimos séculos, a lendária Passagem Noroeste vem se tornando cada vez mais navegável com o aquecimento global que atinge a calota polar. O resultado é a intensificação do tráfego marítimo e o movimento do tabuleiro das potências que tem seu litoral banhado pelo Oceano Ártico, acelerando as disputas geopolíticas. Quais serão as consequências? Será um fenômeno cíclico ou tem relação com a emissão de combustíveis fósseis? Como, e se podemos mitigar este fenômeno?
Para responder a estas e tantas outras questões o Projeto Rota Polar vai muito além da travessia, que será o ponto de partida para uma série de atividades voltadas à educação e o meio ambiente. Entre elas a produção de um documentário, elaboração de artigos e publicação de um livro que retratarão o impacto ambiental, social, econômico e cultural do rápido desgelo do Ártico. Além das imagens captadas durante toda a travessia, que deve durar até setembro de 2022, o material produzido trará entrevistas com cientistas ligados a pesquisas no Hemisfério Norte como biólogos, meteorologistas, glaciologistas e historiadores. A produção do material é assinada pela Tocha Filmes e integram a equipe de filmagem os fotógrafos e documentaristas Alexandre Socci e Alberto Andrich.
Sobre a Travessia
Pioneirismo, tecnologia, sustentabilidade, educação, pesquisa, inovação e Gestão de Riscos envolvem o Projeto Rota Polar. ‘Nosso combustível é a força humana, o vento e a energia solar. As soluções tecnológicas atuais proporcionam uma viagem com baixo impacto ambiental’, fala Beto Pandiani, que sempre optou por viajar em pequenos barcos catamarãs sem cabine e sem motor. E desta vez não será diferente.
O barco está sendo finalizado em Seatle, nos E.U.A.
De diferente, o pequeno catamaran terá como complemento um sistema de pedal a fim de criar outra forma de propulsão além do vento para ultrapassar o gelo. ‘Pela minha experiência, em viagem anterior, sei que nos mares do Ártico teremos pouco vento por muitos dias’, explica Beto Pandiani sobre esta alternativa. ‘Ao terminar a travessia, e a captação das imagens, começa a edição do material que, acredito, pode auxiliar na educação e concretização das mudanças pela sociedade e na urgente busca por alternativas sustentáveis para a nossa sobrevivência’, conclui Beto Pandiani sobre o Projeto Rota Polar.
Patrocínio: Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
Apoio: Ânima Educação, Yuny Incorporadora e VITA Digital DNA.
Colaboradores: EMAE, CI&T, Na Veia, Reebok, Salvatore, Sea Shepherd, BL3, Farah Service e BrProp.
Sobre Beto Pandiani
Nascido em Santos, tem 64 anos e veleja há 40. Empresário na área de entretenimento, e ex-sócio de restaurantes e bares paulistanos (AEROANTA, Singapore Sling, Olivia, Mr. Fish, Clube Base, Lounge e U Turn) Beto Pandiani começou a levar mais a sério o seu hobby – a vela – a partir de 1983. Em 1989 conquistou o título de campeão norte-americano de Hobiecat 16, em Chicago, Estados Unidos. Com o passar do tempo, começou a viver um dilema, pois não queria mais trabalhar na noite.
Foi em 1993, quando que ele decidiu trocar de profissão. E assim, em 1994, aconteceu sua primeira e mais longa expedição, ‘Entre Trópicos’, de Miami (USA) a Ilhabela (Brasil), que durou 289 dias e levou quatro velejadores em dois catamarans sem cabine de 21 pés.
Em 2000, Beto Pandiani partiu para sua segunda longa expedição, a ‘Rota Austral’, novamente em dois Hobiecat de 21 pés.
A ‘Rota Austral’ começou em Puerto Montt, no Chile, contornando toda a costa sul do continente sul-americano, cruzando o Cabo Horn – ponto alto da expedição – Então seguiram viagem por mais quatro meses ao longo da costa argentina e de toda a região sul do Brasil, até atingir o destino final, a Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, em abril de 2001.
A ‘Travessia do Drake’, realizada em 2003, foi a terceira expedição de Beto Pandiani. Os velejadores partiram de Ushuaia e cruzaram a passagem entre a América do Sul e a Antártica, conhecida por ter no fundo de suas águas mais de 80 embarcações naufragadas. A expedição durou 45 dias e com ela Beto Pandiani e Duncan Ross os primeiros velejadores a chegar à Península Antártica em um barco sem cabine.
Após as expedições, Beto encarou a regata ‘Atlantic 1.000’, em 2004. A regata é conhecida por ser a mais longa e difícil do mundo para catamarans sem cabine. Ela percorre mil milhas da costa americana, indo da Flórida até a Carolina do Norte. Depois de 12 dias na água, Beto e Duncan conquistaram o segundo lugar.
Na ‘Rota Boreal’, em 2005, Beto Pandiani passou três meses velejando de Nova York até Sisimiut, na Groenlândia. Nesta viagem, os velejadores contaram com o apoio de um motor home que os acompanhou por terra de Nova York até o final das estradas no norte canadense. A partir do Labrador, na costa do Canadá, a dupla teve a companhia do Kotic II, barco capitaneado pelo Oleg Bely, pai de Igor Bely, companheiro de Pandiani na ‘Travessia do Pacífico’. O apoio foi necessário porque na região polar as condições climáticas não são só instáveis como violentas.
Os relatos da viagem escritos por Pandiani e os registros fotográficos da rota, realizados por Maristela Colucci, foram reunidos no livro ‘Rota Boreal, Expedição ao Círculo Polar Ártico’.
A maior de todas as viagens foi realizada entre 2007 e 2008. Juntamente com Igor Bely, Beto atravessou o Oceano Pacífico partindo do Chile e chegando a Austrália. Foram meses de viagem contando as paradas e após 17.000 quilômetros navegados em um barco sem cabine foram os primeiros velejadores do mundo a cruzar o Pacífico Sul em um barco aberto e pequeno.
No ano de 2013, Beto e Igor voltaram ao mar e cruzaram o Oceano Atlântico partindo de Capetown e chegando a Ilhabela sem escalas. Foi a primeira viagem sem terra no caminho e para isso velejaram 37 dias.
Vale lembrar que todas as viagens foram inéditas e únicas.
As outras viagens também originaram os livros ‘Rota Austral’ e ‘Travessia do Drake’, ‘Rota Boreal’ e ‘Entre Trópicos’, além do DVD duplo ‘Travessia do Pacífico’.
Ao final destas sete viagens, Beto Pandiani tornou-se o primeiro velejador a conectar a Antártica ao Ártico num pequeno barco sem cabine. Como ele mesmo gosta de frisar, o feito foi absolutamente coletivo: Beto cerca-se sempre de excelentes profissionais, sejam seus companheiros nas velejadas (Marcus Sulzbacher, Gui Von Schmidt, Santiago Iza, Felipe Tommazzi, Duncan Ross, Felipe Whitaker e Igor Bely), sejam os companheiros das equipes de apoio e documentação, que fazem as expedições do brasileiro se transformar em produtos (coffee-table books e DVDs) de altíssima qualidade.
Em julho/2009 foi lançado o livro de histórias O mar é minha terra, obra que tem como fio condutor o diário de bordo da Travessia do Pacífico – sua viagem mais recente e também a mais longa delas – na qual o velejador Beto Pandiani relembra passagens imperdíveis de suas cinco jornadas anteriores e recupera boa parte de sua trajetória pessoal, passando por momentos de sua infância, juventude e maturidade.
A experiência adquirida por Beto ao longo de todas estas expedições transformou-o em um palestrante diferenciado. Em suas palestras, ele discorre sobre logística, tomada de decisão, administração de riscos, preparo emocional e físico, superação de limites e trabalho em equipe, como se relacionar em um ambiente desfavorável e outros aspectos pertinentes as empreitadas.
Sobre Igor Bely
O Parceiro na aventura Nascido na Ilha Reunião no Oceano Índico, nasceu há 37 anos em um veleiro e nunca mais saiu do mar. Já esteve a bordo de várias embarcações e tem 300mil milhas percorridas. São mais de 20 expedições polares na Antárctica, regiões subantárticas e Groenlândia, em projetos científicos e esportivos. Junto com Beto cruzou o Oceano Pacífico e o Atlântico.
Sobre Sylvio Rocha e a Tocha Filmes
Gestão de projetos e de pessoas sempre foram parte integrante de sua jornada profissional. Com formação em administração de empresas pela FGV e mais de 25 anos dedicados ao mundo corporativo, desde 2011, passou a empreender no desenvolvimento de conteúdo audiovisual. De 2011 a 2016, trabalhou na produtora Canal Azul como produtor executivo e gestor de novos negócios, tendo participado com documentários e séries de TV, exibidos na ESPN, NatGeo, BandTv, FOX, ZooMoo Kids, Futura, Tv Cultura e Tv Globo. A partir de 2017, a produtora Tocha Filmes iniciou sua atuação no mercado. Em 2018, lançou o documentário ‘Amanhã Chegou’, uma co-produção Atômica e Canal Azul e ‘Onde a Moeda Cai em Pé – a história do São Paulo Futebol Clube’, filme oficial do clube paulista em co-produção com ESPN e Canal Azul. Em 2020, lançou o primeiro documentário longa-metragem brasileiro sobre economia circular, chamado ‘Um Presente a Prova de Futuro’, uma co-produção Globo Filmes e Globo News. Em 2021 lançou o projeto sobre equidade de gênero ‘Como Ela Faz? ‘, composto de curta metragem (ganhador do ‘melhor curta metragem estrangeiro’ do Hollywood International Woman’s Film Festival/2020), um longa-metragem e uma série de 5 episódios, todos exibidos na TV Cultura, GNT, Globoplay e portal UOL/ECOA. Novos desdobramentos desses projetos estão a caminho, sempre abordando a agenda que nos leve a um futuro menos desigual e mais sustentável.
Sobre a Equipe de fotografia e documentário
Alexandre Socci é fotógrafo, diretor, filmmaker, ativista social e ambiental. Especialista em expedições, Xtreme Sports & Mundo Sub-Aquático, de mergulho em cavernas a paraquedismo, Socci passa a maior parte do tempo cercado pela natureza, trabalhando como fotógrafo de esportes de aventura e documentarista. É dele o registro do primeiro salto de caiaque de geleira em Svalbard (paralelo de 79 graus), uma foto que ganhou menção de Melhores fotos de aventura, em 2016, pela – National Geographic Adventure. Ganhou o prêmio de ‘Melhor Fotógrafo’ do Canal Off, entre vários outros trabalhos em fotografia e documentário.
Alberto Andrich é fundador e atual presidente da World Adventure Society, organização internacional que trabalha em prol da relação homem-natureza, se dedica a expedições exploratórias e produção de conteúdo em florestas, desertos, montanhas, no mar e no gelo. Fotógrafo e documentarista de aventura, cultura, natureza e viagens ecológicas, tem conteúdo publicado em mídias de diversos países.