O DIREITO DE IR E VIR
Brooklin e suas facilidades no transporte urbano.
O debate sobre a mobilidade urbana pressupõe o direito à cidade e ao acesso aos serviços que nela são oferecidos. A qualidade de vida, principalmente, de um trabalhador que necessita utilizar o transporte público e as vias de acesso, diariamente, tem sido alvo de debates em todo mundo. Como uma cidade pode crescer, gerar renda, emprego e, ao mesmo tempo, renovar suas estruturas de transporte?
Esse desafio ganhou o termo de mobilidade urbana, uma das principais questões das cidades do mundo todo, e interfere diretamente sobre o acesso a diferentes pontos das cidades (incluindo o local de trabalho), aos serviços públicos e ao meio ambiente. Durante o século XX, o uso do automóvel foi uma resposta eficaz para se ter autonomia na mobilidade diária, mas, no início do século XXI, o aumento dos engarrafamentos nas grandes cidades tem gerado a necessidade de pensar em novas alternativas de transportes sustentáveis para o meio ambiente, para a economia e para a sociedade.
Nos últimos dez anos, a frota de veículos no Brasil aumentou em 400%. Esse quadro tem exigido uma nova postura por parte das prefeituras e da sociedade em busca de soluções. A solução mais cabível é o investimento em transportes coletivos integrados, de qualidade e não poluentes, como primeiro passo para uma mobilidade urbana sustentável em todos os sentidos. Mobilidade urbana sustentável envolve a implantação de sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e bondes modernos (VLTs), ônibus “limpos”, com integração a ciclovias, esteiras rolantes e elevadores de grande capacidade.
E soluções inovadoras, como os teleféricos de Medellin (Colômbia), ou sistemas de bicicletas públicas, como os implantados em Copenhague, Paris, Barcelona, Bogotá, Boston e várias outras cidades mundiais.
Por fim, a mobilidade urbana também demanda calçadas confortáveis, niveladas, sem buracos e obstáculos, porque um terço das viagens realizadas nas cidades brasileiras é
feito a pé ou em cadeiras de rodas. Somente a requalificação dos transportes e espaços públicos poderá reduzir o ronco dos motores e permitir que as ruas deixem de ser vias de passagem e voltem a ser locais de convivência.
Nesse ponto, o Brooklin em São Paulo ganha muitos pontos e está à frente de muitos outros bairros da capital paulista. Desde 2011, o bairro tornou-se cobaia de um projeto de ciclorrotas implementado pela prefeitura, onde a velocidade permitida para carros em determinadas ruas é reduzida para aumentar a segurança dos ciclistas. Diferente de outros “ciclos”, a ciclorrota funciona todos os dias da semana, 24h por dia, e estimula a convivência entre ciclistas e motoristas, enquanto a ciclofaixa de lazer separa uma faixa de avenidas apenas aos domingos. Mesmo com velocidade reduzida, a Central de Trânsito afirma que o projeto não gera maior trânsito, pois as ruas escolhidas são residenciais e com fluxo de ônibus e caminhões proibidos. Ao lado da ciclorrota, o bairro também conta com a facilidade de ciclovias interligadas a outros pontos da capital, como a do Rio Pinheiros, a de Moema e do Ibirapuera, permitindo que os ciclistas alcancem outros pontos da Zona Sul da cidade sobre duas rodas.
A proximidade da parte residencial do bairro com a região da Berrini, importante centro financeiro e comercial, também aproxima os moradores de seus trabalhos. Dependendo da distância, é possível caminhar de casa até o escritório sem a preocupação de tirar o carro da garagem e estacioná-lo novamente em um local tão próximo da residência. A renovação da área também trouxe calçadas mais planas e largas aos quarteirões do Brooklin. Nos dias chuvosos ou de muito calor, o valor do táxi muitas vezes compensa o gasto com estacionamento e combustível, além de permitir desligar-se da preocupação de dirigir.
Para quem precisa ir mais longe, o bairro está conectado com corredores de ônibus e com linhas de trem da CPTM, que se interligam com o metrô. Em pouco tempo, a linha Lilás, em construção, também dará ao bairro uma estação próxima, no cruzamento da Avenida Roberto Marinho com a Santo Amaro. Essa linha, prevista para 2015, ligará o extremo sul da cidade à Vila Mariana, passando por Moema e Campo Belo, e será integrada às linhas Azul, na estação Santa Cruz, e Verde, na estação Chácara Klabin.
Outra boa mudança na área é a chegada do monotrilho da linha Ouro, que ligará, em sua primeira fase, a Marginal Pinheiros ao aeroporto de Congonhas. O governo trata a tecnologia – um trem com pneus que vai deslizar sobre trilhos de concreto a quase 20 metros de altura – como a nova era do sistema de transportes da Grande São Paulo. Os trilhos aéreos percorrerão o canteiro central da valorizada Avenida Jornalista Roberto Marinho. Ao contrário de quem imagina que o local se parecerá com o Minhocão, o projeto se parece com os monotrilhos existentes em Miami, com estações modernas e elevadores, enquanto um projeto paisagístico prevê árvores sob os trilhos para aumentar a área verde da cidade.
Percebendo a importância do bairro, o Airport Bus Service teve sua rota alterada em outubro de 2013 para atender os moradores e pessoas com interesses na região do Brooklin Novo. A parada fi nal da linha que leva passageiros para o aeroporto de Guarulhos passou a ser o conjunto empresarial World Trade Center. A decisão está vinculada à demanda que aumentou depois que a região se transformou, nos últimos anos, em um dos principais centros executivos e empresariais da capital ao lado do Centro da capital e das regiões das avenidas Paulista, Berrini e Faria Lima. Mais do que nunca, o Brooklin pulsa hoje como parte importante da cidade e está conectado com boas opções de transportes para quem deseja deixar o carro em casa!